quarta-feira, setembro 25, 2013

Mongolia Bike Challenge - Dia 5



A etapa de hoje era previsível que fosse rápida. As montanhas não eram muito longas e muitos kms a rolar no plano. Um bom arranque é fundamental para que se tenha o resto da etapa um pouco mais tranquila, mas o meu corpo não reage muito bem aos arranques tipo ‘’fisga’’. É impressionante o ritmo que é colocado pelo pelotão da frente na partida. Cerca de 5kms depois da partida a diferença mantém-se inalterada ente o segundo grupo e o primeiro, mas recuperar o tempo é muito complicado. O grupo onde andei inserido hoje trabalhou bem e fomos puxando à vez até ao km 35 onde estava a primeira subida do dia. Depois disso fiquei apenas eu e um australiano trabalhando para alcançar outros atletas que se viam ao no horizonte. Por vezes parecem que estão próximos, mas volto a referir, recuperar tempo é muito complicado a não ser que apareçam subidas. A parte final mais ondulante permitiu que recuperasse mais alguns lugares, mas por volta do km 80 a prova virasse literalmente do avesso. 

Um seta apontava para o caminho errado, o grupo da frente foi logicamente na direcção errada e nós em seguida também. Começamos a ver ao longe uma carrinha a vir na nossa direcção seguido de um grupo de atletas, dizem-nos que temos de dar a volta e ir no sentido contrário porque a marcação num cruzamento estava errada. Aos poucos outros grupos se aproximam e dão também a volta. Ninguém sabe se a etapa continua a ser válida ou não. Alguns atletas começam a aumentar o ritmo, eu sem saber bem o que fazer, mas consciente que se alguma decisão fosse baseada nas posições actuais (eu passei para a frente da corrida) não seria justo. Continuei no meu ritmo e o inglês Matt Page tentou distanciar-se, eu fui com ele até à meta, trabalhando em conjunto , rolando a 40km\h e terminando ao sprint. A posição não interessava até que alguma coisa fosse comunicada pela organização. Depois de muito se especular entre os atletas, de se discutir as opções que haveria para encontrar algo que fosse o menos injusto possível, veio uma decisão baseada nos tempos no ponto hoje estava a marcação errada. Bom, a decisão foi muito discutida, muito criticada e todos levantaram dúvidas sobre de que forma os tempos foram tirados. A minha posição contínua igual, estou em 9º com uma curta diferença para o 8º. Os líderes continuam inalterados. 

Com a partida e chegada no mesmo local, hoje fizemos um loop pelos vales e montanhas à volta do acampamento. O cenário continua esplêndido, com um visual a perder de vista, com vales que se estendem por kms e kms. Depois da segunda montanha fizemos o que para mim foi a descida mais divertida da prova. Um double track montanha a baixo, com curvas e contracurvas durante kms. O piso não era escorregadio, a velocidade era alucinante e o visual ‘’wide screen’’ para o vale à nossa frente era extraordinário. 

A etapa de amanhã será a mais longa da prova com 167km e 1 730m de acumulado positivo. Vamos mudar de acampamento, deixamos Kherlen River para nos instalarmos em Gun Galuut. Quando a organização anunciou que neste local haverá banhos quentes toda a gente aplaudiu! Para ser perfeito era ter wifi e cobertura de rede de telemóvel. 

Algo que surpreendeu tudo e todos foi a qualidade do catering das refeições. Alimentos variados, bem cozinhados e em quantidade. Um ponto muito importante a favor da prova. 

João Marinho  



NOTA: Irei publicar um relato por dia ao longo dos próximos 7 dias. Atenção que esta prova aconteceu entre 1 e 8 de Setembro, mas não tive oportunidade de colocar os relatos online antes. 




Mais fotos na minha página de atleta no Face Book: www.facebook.com/marinhojoao






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João Marinho
Mountain biker, trail runner & adventure sports addict