quinta-feira, dezembro 13, 2012

24h em BTT, mas de forma diferente...

Enquanto olhava escolhia umas fotos para o jantar de Natal do grupo BTTâmega deparei-me com o álbum das minhas primeiras (e ultimas) 24h seguidas a pedalar. Este memorável dia da minha vida merece ser registado e partilhado.  


Estávamos nós em 2002 quando o Rafael Moura desafia alguns amigos a acompanha-lo a pedalar um dia inteiro em BTT. Não às voltas num circuito, não no monte, mas sim em estrada e em linha reta com partida e chegada a Amarante. Eu claro que alinhei de imediato! Nessa altura tudo o que fosse para pedalar e de preferência com alguma ''loucura'' à mistura, eu estaria presente. 



A bicicleta de serviço da altura era a ''mítica'' Mountain Cycle Tremor FR1 com os seus 20kg, pneus 2.3 de DH. Era pau para toda a colher...fosse estrada ou monte, fosse a subir ou descer, fosse para andar aos saltos ou a fazer maratonas, dava para tudo! 
O kit de luzes...bem, na altura não havia dinheiro para comprar lanternas, teve que se desenrascar portanto. Peguei na lanterna do meu pai, prendia-a ao guiador da bicicleta com uma câmara de ar e siga! Quem passe-se por mim com aquele ''holofote'' ligado ficava encadeado.



Já não me recordo em que altura do ano foi, mas sei estava um frio dos diabos. Sei que também não tínhamos as roupas mais apropriadas, mas eram as que haviam...e não era por isso que deixávamos de pedalar!
Sobre o percurso, saída de Amarante às 23h, Marco de Canavezes, Serra de Montedeiras, Barragem de Carrapatelo, Cinfães, Serra de Montemuro, Castro d'Aire, Lamego, Régua, Amarante, Lixa, Felgueiras, Lousada, Paredes, Penafiel, Amarante. 
No total penso que deu 330km. Com a passagem por Amarante já a meio da tarde, alguns dos elementos do grupo abortaram a missão. Fiquei eu e o Rafa. Ambos decididos a cumprir o objectivo. 


Na subida para a Lixa estava de tal maneira cansado e com sono que adormeci em cima da bicicleta. Pedalei e mantive o equilíbrio até chocar com um carro, mas nada de grave. O carro tinha parado ao ver-me a ir de encontro a ele.

Enquanto subimos a Serra de Montemuro o frio obrigou-nos a uma paragem numa estação de serviço que estava encerrada. Utilizamos tudo o que servia para proteger o corpo do frio. Papéis, plásticos entre outras coisas que encontramos.Ao frio juntou-se também a chuva e recordo-me bem de passar momentos complicados. Andei com o corpo congelado durante horas!


Quanto terminamos esta aventura, estávamos exaustos, mas com o objectivo cumprido. Rafa, esta fica para a história!

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João Marinho
Mountain biker, trail runner & adventure sports addict