terça-feira, novembro 26, 2013

Deserto do Gobi - Perseguindo camelos

Antes da minha visita à Mongólia nunca tinha visto um camelo ao vivo. Vi os primeiros durante o Mongolia Bike Challenge e simplesmente desatei a rir. É um animal a meu ver ''cómico'' e esquisito, mas bonito. Gostos não se discutem...

Depois do MBC, enquanto atravessava o Deserto do Gobi, o que mais vi foram camelos. Quando passava perto eles levantavam a cabeça e punham-se a olhar...tipo, ''wtf? o que é aquilo?'' 

Naquela solidão, tive muitas conversas com os animais que se cruzavam comigo. Desde camelos a cavalos, passando por ovelhas e cabras ou vacas de vários tipos e feitios, foi uma jornada cheia de fauna...

De vez enquanto cruzava-me com carcaças de animais sendo então o alimento dos abutres que pairavam a poucos metros de altura. Se algo me acontecesse ali acho que por esta altura o mais provável era ser mais uma carcaça que também jazia no imenso Gobi...

Quando corri para o topo das dunas Khongoryn Els encontrei um bando de camelos que me fizeram companhia durante uns metros. Tentei alcança-los para lhe fazer uma festinha, mas não quiseram nada comigo, mas que foi divertido foi...


 
















segunda-feira, novembro 25, 2013

Deserto do Gobi - Encontrei uma cidade...

Quando se anda centenas de kms na solidão do deserto a única pessoa com quem podes conversar é com nós próprios e com Deus. Dá para pensar e repensar sobre tudo na nossa vida. Tens todo o tempo do mundo para organizar os pensamento e as ideias. Pensar em novos projectos,  olhar para o futuro de outra forma e com com outra energia.

Ao fim do 4 dias no deserto onde só via Gers (cabanas onde os nómadas vivem) voltei a encontrar uma ''cidade''. As cidades na Mongólia são um conjunto de casas, o equivalente a uma pequena aldeia de Portugal. Tinha as reservas de comida a chegar ao limite e já desesperava por água e Coca-Cola...

Entrei num pequeno supermercado para comprar mantimentos e as pessoas olharam para mim como se fosse um E.T. Comentavam sobre mim em jeito de burburinho, quando olhava sorriam e eu sorria também.  Lá dentro do supermercado não consegui explicar o que queria então fui às prateleiras pegar nas coisas.

Cá fora estava um grupo de crianças a brincar na rua então comprei um saco de gomas e distribui por todas elas. Nunca mais me largavam.

Nesta ''cidade'' perguntei por um local onde podesse dormir, tipo pensão. Acabei por dormir no hall de entrada de uma casa onde tinha um conjunto de camas. Era os quartos que tinham para os hospedes.

Ao fim de 4 dias sem tomar banho, perguntei como podia fazer para me lavar. Trouxeram um balde de água e uma pia de aço inox...imaginem como é que ficou a água...
















domingo, novembro 24, 2013

Deserto do Gobi - Khongoryn Els

Como ainda não consegui traduzir em palavras toda a aventura no Deserto do Gobi, partilho com vocês um pequeno vídeo que fiz no deserto ''deserto''. Subir estas dunas era um sonho antigo, quando o concretizei o resultado foi este...


Quando saí para pedalar no terceiro dia de travessia no meu horizonte vejo umas gigantescas montanhas de areia. Eram as Khongoryn Els (As dunas que cantam). Troquei os pedais por umas sapatilhas e corri 10km até ao topo da duna. Contemplei tudo que tinha em meu redor durante muito tempo e regressei ao ponto de partida. Estava um calor abrasador e um vento muito forte, mas valeu todo esforço.

Esta travessia feita a solo foi uma experiência única. Durante centenas de kms perdi o contacto com a civilização, coloquei a vida em risco, dormi ao relento no meio do nada, fui acolhido por famílias nómadas...

Mas acima de tudo VIVI e fui verdadeiramente LIVRE. Toda a aventura será contada numa das próximas edições da Bike Magazine. Estejam atentos. 

 



domingo, novembro 17, 2013

Free Running das Tascas

Bem, com um nome tão sugestivo, este 'evento' iria passar-me ao lado por não pertencer ao 'segmento' tasqueiro. Mas depois de trocar umas ideias com uns amigos, isto seria muito mais que um périplo pelas míticas tascas da baixa Portuense. Promovido por um ícone do Trail, considerado por muitos como o 'pai' do Trail Running Português - José Moutinho. A hora para a concentração dos 'atletas' foi ás 09h, como não podia deixar de ser, numa tasca do amigo Miguel Santos junto à alfândega do Porto. 

Antes de começarmos a 'corrida' os pais do Afonso Poínhas, carinhosamente apelidado de Afonsinho,  angariaram fundos para os tratamentos que o seu filho se está a submeter para vencer a doença.
SOBRE O AFONSINHO

Afonso tem apenas 5 anos mas conta já com uma longa história de vida. Um campeão, nas palavras da mãe, um herói para quem conhece as adversidades que tem conseguido ultrapassar. Afonso Poínhas tem Neuro Lúpus, doença diagnosticada em Outubro do ano passado, e desde os três anos que deixou de andar, comer e falar. Afonso está agora a reaprender e as melhorias são significativas. Para continuar nesta evolução precisa de tratamentos e fisioterapia diária. Os custos são insuportáveis, mas a família não desiste.

COMO AJUDAR O AFONSINHO

Continua activa a conta solidária para ajudar a pagar os tratamentos e a fisioterapia que o Afonso necessita. Os donativos podem ser feitos para a conta com o NIB 003300000009898374805. Como o evento da Escola Básica do Valado se destina unicamente à comunidade escolar, todos os que queiram colaborar e ajudar na recuperação do Afonso poderão também contactar a Associação de Pais da Escola do Valado através do e-mail ass.edu.enc.valadado@gmail.com. Se quiserem acompanhar a situação do Afonso podem visitar no facebook o grupo "Vamos ajudar o AFONSO" ou a página pessoal de Afonso Poínhas Carlos, onde a mãe dá conta do estado de saúde do filho.

Voltando ao 'evento', foi muito mais que as tascas, aliás, as tascas estiverem em clara minoria face a tudo o resto, desde recantos escondidos, histórias sobre igrejas, edifícios, estátuas, ruas...e eu que gosto de história fiquei fascinado por esta aula ao livre em formato corrida. Passei por locais inéditos para mim e eu que conheço a cidade relativamente bem. Tudo isto rodeado por boa gente, uns mais atletas que outros, mas todos sincronizados com o espirito do Free Running. 
 
No final todos se juntaram e trouxeram o seu farnel que partilharam com o grupo. Um farnel que abrangia um leque muito grande de deliciosos produtos. Desde vinho a rissóis, passando pela fruta e bolos...resisti até onde pude...só vos digo que fui treinar de tarde...

Estes Free's estão ao alcance de todas as pessoas, fizemos 15km em 4h. São free porque são 100% grátis e aberto a todos. Corremos alguma coisa, paramos muito, apreendemos ainda mais e convivemos ao máximo.

Obrigado a todos que fizeram parte desta maravilhosa manhã, em especial ao Moutinho.

Que venham mais ''coisas'' destas.

Página do evento no FB : https://www.facebook.com/events/161064544102891/?ref=ts&fref=ts
Mais fotos na minha página de atleta: www.facebook.com/marinhojoao


sábado, novembro 09, 2013

10ª EDP MARATONA DO PORTO

Correr a Maratona do Porto não estava nos meus planos porque não me sentia suficientemente aliciado para percorrer as ruas de uma cidade que eu conheço tão bem. Conhecer o percurso é sempre bom porque ajuda a gerir o esforço. De certa forma fui ''picado'' pela minha equipa de Trail, a Desnível Positivo para participar e nestes momentos a gente esquece o quanto duro é correr uma maratona, especialmente esta e vocês vão já saber o porquê...

O levantamento dos kits dos atletas aconteceu no histórico edifício Alfândega do Porto. Tudo muito bem organizado, com uma feira de produtos de atletismo, exposições e palestras. Houve também uma Pasta Party gratuita para todos os participantes na Maratona. Enquanto andava circular encontrei muitos amigos da bicicleta e do Trail. Para alguns era a primeira vez que iriam correr a mítica distância, fixando objectivos de tempo algo ''ambiciosos'', mas para outros correr uma maratona era algo recorrente ao longo do ano.  Para mim esta seria a 3ª Maratona, a primeira em Portugal. 

Os records da maratona foram batidos, estavam na partida mais de 3 300 atletas de dezenas de nacionalidades. A moldura humana na Rua Júlio Dinis era de facto impressionante para a ''realidade portuguesa'' Sem duvida que correr ''está na moda'' e ainda bem!

O meu objectivo era bater a minha marca pessoal, 3.20h e estava com esperanças de o conseguir. Nos meus melhores sonhos era baixar das 3h, mas seria uma tarefa bastante complicada. 
O percurso bastante irregular, com várias subidas, com um piso também ele irregular e algum vento contra tornaram a vida mais complicada aos maratonistas. Arranquei com tudo, fiz a Meia Maratona em 1.28h e continuei em bom ritmo até ao Km35. Nessa altura comecei a sentir uma dor aguda na planta do pé que me impediram de manter o ritmo e comecei a sofrer bastante. Fui obrigado a parar várias vezes...eu que tolero bastante a dor, imaginem o quanto me estava a doer... Daí até à meta fui-me arrastando e acabei a prova próximo das 3.30h. Fiquei entre a minha melhor e a minha pior marca, mas terminei...Depois seguiu-se outra maratona, mas á mesa e com francesas pequenas e girafas pretas se é que faço entender.

Sentia que podia dar mais a nível de ''pulmão'' mas o esqueleto já está no limite. Nunca tive uma época tão intensa como esta, mas isso será tema para outro post.
Apesar de estar a correr ''em casa'' gostei do percurso e dos ''atractivos'' que estavam ao longo dos 42km. Casa da Musica, Estádio do Bessa, Castelo do Queijo, Marginal, Ponte D. Luís, Ponte da Arrábida, Parque da Cidade, etc.

Bater as 3h terá que ficar para a próxima, agora é tempo de recuperar energia para a nova época.

NOTAS

Parabéns a todos que participaram e obrigado ao público que nos aplaudiu. O meu mano está imparável e o Tiago Aragão um foguete! O Tiago Almeida (e não só) tem de se deixar de voltas de 200km de bicicleta no Douro uma semana antes...A Ester conseguiu (finalmente) o que queria...

Boas corridas!

As minhas restantes provas em estrada: