quinta-feira, março 13, 2014

Kona King Kahuna 2014 Review

Nos últimos anos estive ligado à Rocky Mountain que estava por sua vez representada em Portugal pela Nexplore, empresa onde desempenho funções de gestão desde a sua criação em 2009. A representação desta marca pela Nexplore terminou em 2013. 

Mudar de marca de bicicleta é algo que para mim é complexo. Sempre o foi desde o inicio da competição porque não vejo uma bicicleta\marca como uma ''ferramenta'' de treino\competição. Para mim representa cumplicidade, cumplicidade de momentos, de experiências, de locais, de pessoas, de histórias e de muitos outros sentimentos. Daí guardar religiosamente as bicicletas que usei ao longo dos anos tal como podem ver aqui: http://www.joaomarinho.com/2011/12/as-minhas-retrobikes.html

Bom, 2014 começou com uma série de novos desafios pessoais, sendo um deles encontrar uma marca de bicicletas que reunisse as condições que para mim considero importantes: Fiabilidade, qualidade de construção, geometria, imagem de marca, historia, gama de modelos e relação preço\qualidade. 

A Kona Bikes foi a resposta!



Esta icónica marca criada em 1988 nos EUA por pessoas apaixonadas por bicicletas, que se inspiram no Hawai para atribuir os nomes aos seus modelos. Uma marca de prestigio que já teve representação em Portugal, que possuiu uma basta legião de fãs volta assim a ter presença por terras lusas. Aliás, eu próprio sempre fui grande fã da marca tendo na minha ''colecção'' uma King Kahuna de 1998 na altura em titânio. Esta bicicleta foi sendo montada às peças, maioritariamente da época, tornando-se um dos poucos exemplares deste super exclusivo modelo em Portugal.
A marca foi considerada pelo staff do prestigiado site Canadiano Pink Bike como a ''Most Improved Brand of the Year 2013''

Kona Bikes earned the win for Pinkbike's Most Improved Brand of the Year by our own votes and by an overwhelming popular vote throughout the Pinkbike community. One need only to peruse a catalog from Kona's recent past to appreciate the leap that the Northwestern bike maker has made in both modernizing its designs and also for their new relevance to contemporary mountain biker.

http://www.pinkbike.com/news/Pinkbike-Industry-Awards-The-Winners.html

Ao longo da sua história atletas como Roland Green, Geoff Kabush, Steve Peat, Fabian Barel, Tracey Moseley, representaram a marca conquistam títulos atrás de títulos, campeonato do mundo incluído,  fazendo evoluir a marca. Uma marca com uma filosofia muito própria, com uma gama abrangente, também ela muito própria. Esta gama vai desde as bicicletas de estrada, ao ciclocross, às fatbikes, às citadinas, às travessias...o melhor é mesmo consultar o site (www.konaworld.com)

Neste momento estou usar o modelo King Kahuna que é o topo de gama da linha RACE LIGHT. Este modelo é construído em carbono e usa as tão na voga rodas 29''. Para poder recomendar seja o que for tenho de primeiro experimentar. Neste caso, usar e abusar da bicicleta para depois sim transmitir as sensações que sinto abordo. Aproveitei o tempo primaveril do fim de semana passado para testar no percurso do Mountain Quest, com todo o tipo de piso e inclinações e assim tirar as minhas ilações e partilhar. 



Sobre a construção do quadro está como eu desejaria:
  • Zona da direcção reforçada sendo cónico o tubo de direcção. Muito importante para curvar e enfrentar zonas técnicas com confiança;
  • Zona do pedaleiro reforçado, sendo o eixo BB92 pressfit. É aqui que é gerada a energia para fazer a bicicleta andar. Quando mais rígida for esta zona, mas rápida a bicicleta se torna;
  • Eixo de 12mm na roda traseira - aumenta a rigidez traseira de forma notória. Nas rodas 29'' isto é particularmente importante porque toda a roda é maior, logo existe mais torção o que provoca perca de energia. 
  • Cabos de mudança com espiral completa externos - reduz em muito a manutenção (troca de cabos). Aumenta a resistência à lama, chuva e ao pó o que é relevante para quem compete em provas longas por etapas onde a assistência por vezes se torna complicada;
  • Tubos dos travões externos - facilita na hora de fazer alterações\manutenção;
  • Apoio da pinça do disco traseiro em postmount directo e em carbono. Não é necessário adaptadores o que além de aumentar o peso, provoca ruídos indesejados;
  • Desviador da frente de encaixe directo (direct mount). Além de permitir um melhor alinhamento do desviador, nos quadros de carbono basta um pouco mais de aperto face ao recomendado e lá vai quadro. Com este sistema isso não acontece, além da precisão\rapidez da mudança ser superior.
  • Bom espaçamento nas escoras que permite albergar pneus 2.35 sem problema. Para provas onde a lama pode estar presente esta ''competência'' é muito importante. 
  • Ângulos da direcção e espigão de selim ajustados para uma utilização em longas distâncias.
  • Permite a colocação de dois bidons sem problema. Como faço provas onde necessito de levar dois bidons de 750ml este factor para mim é importante. 
  • Estética sóbria mas atractiva sendo a conjugação do preto baço, laranja e roxo muito bem conseguida (gostos à parte);
Passando para a bicicleta:
  • Montagem equilibrada, fiável  e leve com: suspensão FOX Kashima CTD, rodas  completas Notubes, grupo Shimano XT, periféricos Race Face, Selim WTB e pneus Maxxis;
  • O slopping torna a bicicleta ágil e divertida;
  • Eixo de 15mm na roda dianteira o que à semelhança da traseira, torna toda a frente mais robusta e precisa, por estar menos sujeita a torções;
  • Preço ajustado - 3799€ - Marca de prestigio com quadro de carbono de qualidade e bom material montado;
  • Peso da bicicleta - em torno dos 9.5kg à saída da caixa. (Sou sincero, ainda não a pesei depois de ter feito algumas alterações, de ter colocado pedais, de ter colocado as películas 4&2Impact e convertido os pneus a Tubless. Obrigado Ismael mais conhecido por ''IsmaelKona'' pela ajuda na preparação da bicicleta!
O teste mais longo que fiz, foram 150Km pelas Serras do Marão e Alvão na companhia do Luís Leite. O Luís é o dono da minha antiga bicicleta o que foi bom para fazer comparações. Trocamos inclusivamente durante o treino e assim perceber melhor as diferenças. Nota-se uma maior rigidez (Kona) do conjunto: Quadro\Rodas\Suspensão. Depois a nível de componentes enquanto uma tem Rock Shox\SRAM, a Kona tem Shimano\Truvativ. Depende muito dos gostos pessoais, eu já não experimentava Shimano há muito tempo mas estou feliz com o funcionamento. Suave, rápido e preciso. A suspensão parece uma ''esponja'' absorve tudo o que lhe aparece à frente. É verdadeiramente impressionante o trabalhar desta Fox! Impressionantes são também os travões XT. Já me tinham falado, mas agora pude constatar que é mesmo verdade o que se diz a nível de potência de travagem, tacto e modulação.

A relação da transmissão é 2x10 tendo a pedaleira à frente 24-38 e atrás 11-36. A largura dos pneus é actualmente 2.2. O guiador é de 625mm, ou seja, muito largo, mas não o vou cortar, gosto assim.


A bicicleta transmite uma confiança remarcável nos trilhos mais técnicos e isso acontece por vários factores : geometria, robustez, suspensão e travões. Quem tiver ''kit de unhas'' é um gozo conduzir esta máquina em trilhos sinuosos. A resposta à força aplicada nos pedais destaca-se das bicicletas que usei anteriormente novamente muito por culpa da robustez do quadro e pela leveza das rodas. Sendo robusta não significa que não seja confortável, as escoras estão desenhadas de forma a absorver as vibrações na traseira. Tem uma grossura que permite flexibilidade do triângulo traseiro.

Nota-se quem escolheu os componentes percebe ''da poda'' como se diz. Conseguiu-se um bom compromisso entre componentes fiáveis, leves e eficazes dentro de um orçamento contido. Quem quiser evoluir pode investir centenas ou milhares de euros para retirar algumas dezenas de gramas à bicicleta. Há margem para isso, mas esta montagem não compromete de forma nenhuma a performance em competição.

Resumindo, estou feliz pela escolha, feliz pelas sensações que a bicicleta transmite, feliz por poder representar uma marca de prestigio e exclusiva. Mais uma vez cumpri uma tradição, estreei a bicicleta junto do amigos, junto do BTTâmega. Está assim abençoada.
Venham de lá esses treinos\competições\aventuras que se prevê que sejam muitas  e intensas, a começar pelo Algarve Bike Challenge já no final do mês. 

Podem consultar todos os modelos em:

www.konaworld.com

Não deixem de ler a entrevista ao staff da Kona também no Pink Bike

http://www.pinkbike.com/news/From-the-Top-The-Kona-Collective-2013.html

Mais informações sobre este e outros modelos podem enviar email para: info@nexplore.pt


6 comentários :

  1. Bom dia,

    Sendo proprietário de uma King Kahuna, neste caso do modelo 2012, não podia concordar mais com o que está escrito. No entanto em termos de equipamento era bem diferente da versão atual.
    No meu caso foi mesmo amor à primeira vista uma vez que quando andava à procura de trocar nem sequer era uma marca que tivesse considerado antes.

    Atentamente,

    Jorge Costa

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  2. Olá João.

    E eu, na senda que já durava alguns meses e depois de ter chegado ao fim o meu "querido" Gary Fisher Procaliber de 2007, acabei por encontrar a solução num quadro Kona. Um Hei Hei Deluxe de 2013.
    Agora é montá-lo e desfrutá-lo. A oferta de quadros soltos FS29 em alumínio não é muita e a que há nem toda me agrada mas acho que fiz a melhor opção.

    Um abraço
    rené

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    1. Olá René,
      Grato pelo teu comentário.
      Gostava de ver a tua montagem. Envia uma foto para o meu email sff
      joao.marinho@nexplore.pt
      Um abraço

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  3. Ok João.
    Quando acabar de a montar, não me esqueço.

    Aquele abraço

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  4. Boas João.

    Enviei email com uma foto.

    Aquele abraço
    René
    ;)

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João Marinho
Mountain biker, trail runner & adventure sports addict