Antes de colocar o relato da passagem da ADA Trail Running Team pela Madeira, tenho de clarificar o que se passou com a minha classificação, ou antes desclassificação da prova - Trail do Funchal.
Começo por dizer que a responsabilidade é minha, assumo o erro porque o regulamento era claro.
Indo por partes, o MIUT era o meu 3º Trail, depois do UTAX na Lousã, e dos Trilhos do Paleozóico em Valongo. Sou novo nesta modalidade mas que me cativa cada vez mais.
Na partida para a prova, verifiquei que havia mais atletas nas mesmas condições que eu (não é desculpa). Isto é, sem mochila\cinto e sem copo. Tinha esses dois acessórios comigo, mas acabei por os deixar na partida porque achava que não eram assim tão importantes para uma prova de 42Km, tendo em conta as minhas experiências anteriores. Sentia que podia completar a prova utilizando os abastecimentos da organização. A gestão de líquidos deve ser da responsabilidade do participante. Se não leva o problema será dele. É assim no mundo do BTT que é aquele que eu conheço melhor. (Também não é desculpa)
Andei sempre com o grupo da frente, alternado entre a 5ª e a 1ª posição. Apesar do escasso treino, encarei a prova como um desafio para mim e estava disposto a deixar tudo o que tinha e o que não tinha no trilho. Assim foi desde o primeiro metro!
Consegui controlar as dores mais ou menos bem até ao km 30, daí para a frente o sofrimento aumentou muito. Estava em segundo nessa altura, bastante feliz e apenas queria manter o resultado porque segundo as informações que tive, o 1º estava bastante distante.
Consegui alcançar o Miguel Reis e Silva ao km 35 na ultima subida da prova. Se já estava no limite, depois de o alcançar, ultrapassei esse limite desvaneceu-se e ataquei. Estava numa agonia muito grande, o corpo pedia para parar ou apenas abrandar, mas eu simplesmente aumentei o ritmo e só descansei quando cortei a linha de meta.
As ultimas dezenas de metros já estava com tonturas e o meu campo de visão estava turvo. Foi uma sensação inexplicável aquela que senti quando terminei a prova. Estava muito feliz e sentia que era um sonho que se tinha realizado. Agradeci a Deus pelo que me tinha acabado de proporcionar!
O segundo classificado chegou 5 minutos depois e o 3 º cerca de 14 minutos. Completei a prova em 4.01.40.
No dia seguinte de manhã recebo uma mensagem a dizer que o meu nome não aparecia nas classificações. Tinha havido uma reclamação por parte de um atleta onde mencionou o facto de eu não levar o material que estava mencionado no regulamento. Apesar de revoltado (comigo), mas aceitei a decisão da organização.
Gerou-se uma polémica muito grande que envolveu vários atletas, directores desportivos, patrocinadores, organização...em plena entrega de prémios. Simplesmente coloquei-me à margem dessas polémicas mesmo sentindo alguma injustiça. O pódio aconteceu, não fui chamado, por isso para mim só tinha que aprender com o sucedido e seguir em frente.
Peço desculpa à minha equipa (ADA Trail Running Team), aos meus amigos e seguidores que tanto me felicitaram por este feito. É um orgulho muito grande para mim merecer a vossa admiração e respeito. Se por um lado estou orgulhoso da minha prestação\tempo, por outro sinto uma mágoa que só o tempo e outras provas irão curar. Hoje, passado 2 dias tenho muitas dificuldades em caminhar. Descer um misero passeio é um desafio...como se diz, saiu do corpo!
Parabéns ao meu irmão que completou os 42Km!
Parabéns ao meu sobrinho Valter e ao Urbano que completaram os 85Km
Parabéns ao Tiago Aragão que terminou os 42Km em 6º lugar!
Parabéns ao Tiago Aragão que terminou os 42Km em 6º lugar!
Parabéns a todos os restantes elementos da equipa da ADA que completaram as suas provas!
Restante relato em breve!