sexta-feira, julho 06, 2012

DBR 2012 - SERRA DO MARÃO

Depois do teste na Serra da Aboboreira ambos (eu e a ''mortal'' Luciana Cox) aprendemos muito com a experiência. Tivemos de fazer alguns ''ajustes'' de forma a tornar a jornada na Serra do Marão mais ''agradável''. Partilho algumas dicas:
  1. Levar sandochas de queijo, preferencialmente feitas com pão de Padronelo
  2. Levar gomas (balas), azeitonas, marshmallows e bolachas tipo Baunilha de Chocolate
  3. Nunca deixar que ela sinta fome
  4. Beber Coca-Cola em todos os sítios possíveis e imaginários
  5. Engana-la o menos vezes possivel sobre o final da subida
  6. Dar lições de como se desce em cima das pedras e como se ganha mais técnica em cima da bicicleta, ajuda bastante a passar o tempo.
  7. Conversar e oferecer flores da Serra sempre que possivel
  8. Fazer festinhas em todos os cachorros que se cruzem connosco 



SERRA DO MARÃO

Falando sobre a etapa na Serra do Marão. Esta montanha é a 6ª mais alta de Portugal e impõe respeito!
A saída de Amarante faz-se novamente por estrada até ao lugar de Larim na Freguesia de Gondar, tal como em 2011. Mas daí em diante o percurso é 80% diferente comparativamente a 2011. Os kms iniciais variam entre o estradão em terra batida e os single-tracks que atravessam as típicas quintinhas nortenhas. O verde preenche por completo a paisagem.


PASSAGEM PELAS ALDEIAS

Temos uma preocupação que é fazer com que o percurso passe sempre pelo maior numero de aldeias possivel. A passagem da DBR será o grande, senão mesmo o único acontecimento ao longo do ano. Queremos levar as bicicletas ao encontro destas pessoas e que a festa do BTT seja delas também. Por este motivo nesta etapa haverá muitas mais aldeias ao longo do percurso...Gondar, Bustêlo, Murguido, Ferraria, Ermida, Covêlo do Monte...




ENTRADA NA SERRA

A passagem pela aldeia de Bustêlo marca a entrada no Marão. Aqui a vegetação muda, deixamos as quintinhas e entramos no ''mato'' típico da Serra. Antes de chegar à aldeia de Murgido, cruzamos uma zona de Castanheiros que fecha por completo a paisagem. Imediatamente após a aldeia temos um bosque de pinheiros bravos que felizmente resistiu aos incêndios que fustigaram a Serra nos últimos anos. Neste bosque está instalada uma antiga Casa da Guarda Florestal da época do Antigo Regime Salazarista que agora serve de base à Brigada Florestal. Daí para a frente estamos entregues à Serra. 


São cerca de 20km isolados da civilização, com vistas deslumbrantes em nosso redor. Passamos por antigas instalações de extracção de minério que forneceram a industria de armamento da 2ª Guerra Mundial, agora deixadas ao abandono.


É normal ouvirem-se vozes na serra, são os pastores aos gritos para controlarem os rebanhos que chegam a ter várias centenas de cabeças de gado. O tilintar dos sininhos que transportam é a mais perfeita sinfonia. 



ALTO DA SERRA DO MARÃO

A chegada ao Parque Eólico da Teixeira marca o final da subida. Aos 1 330m de altitude a nossa visão consegue alcançar o Alto Douro Vinhateiro, a Régua, Mesão Frio, Baião, Serra de Montemuro, o maciço rochoso da Serra do Marão, o Rio Douro...uma vista estonteante! Quando cá chegarem, parem, escutem e olhem 360º à vossa volta.



A DESCIDA DO MARÃO

A descida é simplesmente de cortar a respiração e põe á prova a técnica dos atletas. Existem alguns troços em pedra solta que exigem atenção e cuidados redobrados. As pedras parecem que foram afiadas propositadamente. Cuidado! 
De um lado temos o maciço rochoso da Serra, do outro o Alto Douro Vinhateiro. Ficamos até indecisos sobre que lado olhar e qual deles o mais belo!


As primeiras casas aparecem, bem isoladas na serra. Estamos no lugar de Alegrete. Apresento à Luli a cerejeira que sempre paro quando por cá passo....
O percurso em direcção à aldeia de Ferraria é contornando a Serra. Somos reduzidos a uma escala ridícula face à dimensão da montanha que temos à nossa frente.



Em Ferraria paramos no habitual café da Dona Laurinda. Avisamos que em Setembro várias centenas de atletas por ali iram passar e é melhor fazer um reforço de mantimentos. Esta aldeia ainda conserva alguns traços da construções do passado, algumas já em ruínas...


Seguimos para a aldeia de Ermida onde nos espera a subida mais inclinada da DBR 2012. A inclinação chega quase aos 30%, mas é ciclavél porque o piso (agora) está em alcatroado. Exige força e velocidades leves...se querem subir, esqueçam a relações ''racing''! 
Nesta aldeia inicia-se uma longa subida pela encosta norte da Serra. Parece interminável mas é melhor que assim seja porque assim tem mais tempo para apreciar a paisagem. Aqui a Luli começa a dar os primeiros sinais de quebra perguntando de 100 em 100 m quanto mais tinha de subir...


Seguimos em direcção ao vale da Campeã, entrando no apelidado Reino Maravilhoso de Miguel Torga. Um denso bosque recebe-nos à chegada à estrada nacional 15. Estrada essa que agora tem pouco movimento devido ao IP4, mas que outra ora era a única ligação entre as províncias do Douro Litoral e Trás-os-Montes. Subimos ao mítico alto de Espinho que separa esta duas províncias e que marca o inicio da descida em direcção à Amarante. 


O percurso que inicialmente tinha previsto leva-nos a um corta fogo íngreme e técnico, mas reconheci que era melhor alterar. O cansaço acumulado dos kms associado à dificuldade técnica da própria descida poderia causar problemas aos atletas. Fazemos uma antiga estrada florestal ligando o parque de Merendas das Lameiras ao lugar de Covelo do Monte. Esta estrada permite descanso e contemplar o horizonte onde já se vislumbra tenuemente Amarante. 



A Capela de S. Bento de S. Bento está novamente  (em 2011 também esteve) na nossa rota em direcção ao alto do Picoto. Daqui para a frente os divertidos single-tracks farão as delicias de todos. Rápidos, não muito técnicos, convidam à velocidade. São uma loucura estes trilhos, dá até vontade de repetir...
Amarante chega logo de seguida.
O resultado final medido no GPS foi 90km e cerca de 3000m de acumulado de subidas.



EPIC vs ADVENTURE

A Serra do Marão juntamente com o Prologo distingue os níveis EPIC e ADVENTURE. A etapa nesta serra é a mais épica e remota das três. Todas as diferenças já foram explicadas previamente no blog da DBR aqui

FLORES

Nesta altura do ano a Serra ainda está florida. Em certos momentos mais parece que estamos a pedalar num tapete...inacreditável o que a natureza faz. As casas nas aldeias também elas tem flores dos vários tipos embelazando ainda mais os lugares. Talvez por pedalar com a Luli começei a prestar mais atenção à variedade de flores que encontramos nos trilhos....





VERSÃO LUCIANA COX

Podem ler a versão pink desta Serra aqui

Depois do PROLOGO, da SERRA DA ABOBOREIRA, falta agora o relato da Serra do Alvão que irá ser colocado na proxima semana. Deixo aqui um ''cheirinho'' aliás, umas pedrinhas do que aí vem...





ARE YOU READY?

2 comentários :

João Marinho
Mountain biker, trail runner & adventure sports addict