DBR 2012 - SERRA DA ABOBOREIRA

Estamos a 70 dias da DOURO BIKERACE, os trilhos estão praticamente todos escolhidos, faltando agora pequenos ajustes. Aproveitei a vinda da Luciana Cox a Portugal para lhe apresentar pormenorizadamente cada etapa. Como já passei várias vezes por estes trilhos, a minha ‘’sensibilidade’’ é diferente, por isso nada melhor que uma pessoa de ‘’fora’’ para dizer o que acha do traçado escolhido, em termos de paisagens, dureza, perigosidade, abastecimentos, quilometragem, etc. Ambos temos bastante experiência em participar em provas por etapas, mas temos visões e andamentos bastante diferentes, mas que se complementam bastante e sendo agora mais uteis que nunca. 

Para quem ainda não viu, está online o vídeo de apresentação da DBR 2012 :

SERRA DA ABOBOREIRA

Hoje irei vos apresentar o traçado na Serra da Aboboreira. Esta serra será a 3ª etapa do nível EPIC, a 2ª etapa do nível ADVENTURE e a 1ª e única do nível RIDE. Será portanto o ultimo dia prova, ou seja, dia 16 de Setembro.

SAÍDA DE AMARANTE

A saída faz-se tranquilamente por uma estrada nacional, contornando o Rio Tâmega. São cerca de 2km que coincidem com o percurso de 2011. Como houve alguns problemas de congestionamento nos primeiros trilhos, este ano decidimos andar um pouco mais em estrada, permitindo assim aos atletas que se espalhem antes de chegar aos trilhos. 

Ao Km 4 entramos nos trilhos, atravessamos uma quinta onde ainda resiste parte de uma antiga Casa Senhorial. Os vinhedos nesta primeira fase são uma constante, vamos até atravessar a Quinta Agrimota onde é produzido o vinho que muita gente bebeu em 2011 nos jantares da DBR.

SALVADOR DO MONTE

Atravessamos a freguesia onde nasci e cresci , Salvador do Monte, com passagem pelo campo onde joguei 6 anos futebol (sim, eu joguei futebol) , pela escola primária onde estudei 4 anos, pelo monte onde comecei a descobrir o prazer de andar de bicicleta…tão boas memorias me vem à cabeça ao passar por aqui! 

A Serra da Aboboreira está ao nosso lado esquerdo, uma imponente montanha que preenche todo o nosso horizonte e que teimamos em não subir. Fazemos trilhos divertidos rasgando campos agrícolas, passando entre muros de pedra nas povoações, contemplando monumentos antigos…até que descemos abruptamente em direcção ao Rio Ovelha. A passagem é feita por uma estreita ponte de betão onde salta à vista a fúria da corrente que o rio tem no inverno. 

A SUBIDA

Aqui começa a ascensão da Aboboreira, uma longa subida que é feita por patamares permitindo o descanso aos atletas. Os trilhos dividem-se entre os single-tracks e o estradão em terra batida. Pelo meio uma estrada secundária de alcatrão com pouco movimento. Estamos nós na aldeia de S. João da Folhada e Várzea de Ovelha e Aliviada, ambos pertencentes ao concelho do Marco de Canavezes. Aqui as pessoas vivem tranquilamente as suas vidas...falam connosco, partilham vivências pessoais, falam dos seus familiares...tudo acontece de uma forma tranquila e natural...

 

Aqui a Luli já começa a acusar algum cansaço, por isso aproveitamos a passagem do Padeiro para ‘’abastecer’’. Nestas pequenas aldeias, o Padeiro deixa o pão à porta de casa, não leva dinheiro diariamente, os clientes pagam ao fim do mês. Aqui ainda se vive assim e ainda bem! Como estrada passa junto a um café, fica difícil resistir à tentação da Coca-Cola fresquinha… e uma vez que ali estávamos, aproveitamos para saborear um gelado antes de enfrentar a parte mais dura da serra. 

 

A vegetação muda à medida que subimos a Serra. Os pinheiros e eucaliptos desaparecem, a nossa visão amplia-se e conseguimos contemplar tudo o que nos rodeia…é simplesmente incrível o cenário. Apesar da subida ser algo penosa, o visual compensa tudo e faz esquecer o sofrimento. O calor apertava imenso, o tanque que surgiu ao lado do caminho serviu sem hesitações para a Luli se refrescar...

A DESCIDA

A chegada à aldeia da Aboboreira, uma pequena povoação isolada no topo da Serra, indica que a subida está prestes a acabar. Aí inicia-se a travessia do planalto existente a 900metros de altitude e que pedalamos até chegarmos à Capela da Sra. da Guia.  Este planalto nesta altura é um autêntico manto verdejante que se estende por toda a montanha e que contrasta com o calhaus gigantes que sobressaem. 

Aqui começa a descida alucinante em direcção à Amarante. Os trilhos exigem técnica, sangue frio e muita atenção. Facilmente atingimos velocidades consideráveis montanha a abaixo. Aqui descemos virados para a cidade de Amarante que está bem lá no fundo e para Serra do Marão que está lá longe no nosso horizonte…numa palavra: DESLUMBRANTE! 

São vários os kms de descida atravessando pequenos povos. Vamos sempre atentos porque a qualquer momento pode aparecer um animal na nossa frente. É impossível controlar estas coisas, a experiência manda ter prudência.

Ao fim de 12 kms chegamos ao final da descida, entramos numa estrada nacional com movimento, descansamos um pouco…e quando já pensamos que estamos em Amarante, cortamos à esquerda imediatamente após a ponte sobre o Rio  Ovelha e iniciamos a ultima subida. É 1km aproximadamente que me irá render uns quantos elogios…mas fazemos esta subida pela simples razão de fugir a uma das principais artérias da cidade. Verdade seja dita, a descida para o centro de Amarante irá fazer as delícias de todos e fazer esquecer a subida. 

A meta está ali, acabou a etapa e acabou a DBR, hora de celebrar…isto no dia 16 de Setembro!

Resultado final: Cerca de 50Km com 1 500m de acumulado positivo (D+) medidos no GPS.

Versão Pink da Serra da Aboboreira AQUI

Em seguida irei colocar os relatos da Serra do Marão e Alvão. Aqui fica um ''cheirinho'' da Serra do Marão e do Alvão...

ARE YOU READY?

Inscrições em : www.dourobikerace.com