Escrevo estas palavras em Amarante, estou de regresso a casa depois de umas das melhores experiências que tive na minha vida. A Expedição Dourada foi uma aventura vivida intensamente a todo o momento...os momentos ficaram registados na nossa memoria como nenhuma outra aventura. As razões para isso talvez sejam a beleza dos locais e a própria velocidade que descíamos o rio (cerca de 6km\h) ajudava a reter as imagens e os momentos.
Dia 3 - Barca d'Alva - Freixo de Numão - 40km
Para trás ficava o Douro Internacional e as barragens sem eclusagem, agora entravamos na região que é considerada a mais bonita de Portugal e reconhecida pela UNESCO como património da Humanidade. O Alto Douro Vinhateiro e a sua região demarcada do Douro foi a primeira do género no mundo corria o ano de 1756 e Marquês de Pombal foi o seu criador. As vinhas que se estendem desde o rio até aos topo dos encostas criam um cenário único que descrever em palavras é uma tarefa bastante complicada.
As estações abandonadas da antiga linha do comboio do Alto Douro e a própria linha fazem-me perguntar porquê? Porquê esta linha está abandonada, porquê não tem aproveitamento turístico, porquê não a transformam em ecopista...seja o que for, estar abandonada é um atentado ao Turismo de Portugal!
Passamos pela foz do Rio Côa onde existem inúmeras pinturas rupestres que infelizmente não tivemos oportunidade de ver, devido ao nível da agua do rio se encontrar alto. Certamente que uma Expedição com um pouco mais de tempo teríamos oportunidade de ver as gravuras ao vivo!
No Pocinho largamos o nosso apoio em terra. O Rui seguiu para o Porto e nós continuamos a viagem em autonomia pelo Rio abaixo. Adoro esta sensação de independência, de não ter horários e ou locais marcados...as coisas acontecem naturalmente e acidentalmente...
O dia acabou em Freixo de Numão, por baixo de uma ponte do comboio onde montamos a nossa tenda. O local tinha uma marina e muito próximo um restaurante onde ficamos sem palavras para descrever a simpatia da senhora que nos atendeu...Contemplar o Douro e os vinhedos bastava apenas abrir a tenda...
Dia 4 - Freixo de Numão - Pinhão - 45km
A nossa expectativa estava centrada na Barragem da Valeira. Esperamos cerca de 40min para entrar na eclusa...antes de entrarmos um gigante cruzeiro estava a sair onde todos ficaram estupefactos a olhar para nós no nosso pequeno Kayak. A descida dos 32m de eclusa demorou cerca de 20min. Uma experiência inesquecível...a agua a cair, os ruídos tipo Titanic, as enormes paredes e a nossa sensação de impotência face a este monstruoso aglomerado de betão e aço.
Pouco depois da barragem tivemos um pequeno problema no leme do Kayak. O cabo que ligava os pedais ao leme soltou-se. O resultado foi ficar sem navegação ''com os pés'' e sermos obrigados forçar com os braços para controlar a direcção. Nada que com paciência não se ultrapasse.
Um dos ex-libris do Douro é a Vila do Pinhão, e à medida que nos aproximávamos as vinhas ficavam cada vez mais bonitas. A nossa cabeça rodava de um lado para o outro e contemplávamos o cenário à nossa volta...
No Pinhão encontramos um dos hotéis mais bonitos do Douro. Todos os quartos encontram-se virados para o Rio e os jardins cuidadosamente tratados torna o hotel num autentico ''MUST GO''.
Dia 5 - Pinhão - Régua - 20km
O ultimo dia tinha tudo para ser rápido, uma distancia pequena comparada com os outros dias. Aproveitamos para descansar até mais tarde e a remada começou ao meio dia...tarde demais pelos vistos. O vento contra complicou imenso a tarefa e fez-nos pensar no que teria sido esta expedição se tivéssemos tido vento desde o inicio. Era impressionante a velocidade do vento, bastava deixar de remar que o Kayak começava a andar para trás! Chegamos à ultima barragem da expedição exaustos de batalharmos contra o vento. Foi aqui que terminou a aventura pois a passagem na eclusa da Régua foi impossível chegamos fora do horário. No entanto fomos recebidos pelo técnico da barragem que nos explicou o funcionamento das eclusagens...uma verdadeira lição de hidráulica!
Relaxamos um pouco na Régua e celebramos o final da aventura com um jantar muito bem regado que provocou risadas sem fim...
Apesar de nunca ter remado na vida, sempre acreditei que conseguia concluir esta aventura. Aliás, ambos estávamos convictos disso!
Obrigado Luli por me teres dado a conhecer este desporto!
Obrigado Rui pela tua ajuda. Sem ti nunca teríamos conseguido!
Obrigado Sipre por nos ter cedido o equipamento necessário!
Obrigado João Pedro e Artur por nos teres resgatado na Régua!
Obrigado Zé Silva, nem preciso de falar o porquê!
Podem ler todo o relato da Expedição na versão ''cor de rosa'' no Blog da Luli Cox
Venha a próxima...
PS. Se pretendem fazer algo parecido preparem muito bem a viagem e toda logística. É necessário muito trabalho de ''bastidores'' para que tudo dê certo! Boas remadas!
PS. Se pretendem fazer algo parecido preparem muito bem a viagem e toda logística. É necessário muito trabalho de ''bastidores'' para que tudo dê certo! Boas remadas!
Portugues! A vida é muito mais divertida com aventuras, perrengues, loucuras, lugares e expedições como essa! Obrigada por ser um TOPA TUDO de primeira! Que venha a proxima :)
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