Os braçinhos já começam a dar sinais de cansaço e sentimos isso logo ao sair da cama, mas nestas aventuras tem de haver sempre algo sofrido para afinar o ''tempero''. Depois de algumas voltas nas encostas do Douro a jusante (depois) da barragem da Bemposta, conseguimos colocar o Svalbard (kayak) na água. A barragem estava a descarregar, logo as águas estavam algo bravas e durante alguns metros deu para sentir a adrenalina provocada pela pela corrente. Rapidamente acabou e entramos em aguas paradas o que tornou os 50km que remamos hoje num teste às nossas forças.
A paisagem nunca é monótona, as vertiginosas escarpas com dezenas e dezenas de metros de altura fazemos girar a cabeça para o céu e nos faz sentir muito pequenos face a esta obra da natureza. Os enormes peixes que vagueiam tranquilamente junto ao nosso kayak, os bandos de patos bravos que levantam voo ao primeiro ruído, os grifos que pairam por cima de nós, as garças que saem da água com os peixes ainda no bico...a natureza acontece 360º à nossa volta.
Hoje o Rui teve de nos resgatar antes da Barragem de Aldeadavilla, cerca de 2km porque era de todo impossível ultrapassar a barragem no local. É gerida por entidades Espanholas o que dificulta o processo de autorização por isso não tivemos outra alternativa. Voltamos ao rio imediatamente após a barragem, mas 150m mais baixos em termos de altitude. Está e a barragem mais alta ao longo de todo o rio Douro.
Tentamos alimentar-nos na aldeia de Bruçós mas apenas conseguimos azeitonas oferecidas gentilmente e gelados comprados num supermercado. O meu cérebro reconheceu a aldeia, mas não conseguia associar a nada até que passamos pela antiga estação de comboios e aí percebi que era da Transportugal.
O dia terminou junto à aldeia de Saucelle, junto a Freixo de Espada à Cinta. Estávamos ambos exaustos e a começar a tremer de frio porque estava a começar a anoitecer.
Daqui em diante deixamos o Douro Internacional e entramos no Alto Douro Vinhateiro onde as vinhas ''pintam'' o socalcos e as encostas do Douro. Acabaram também as barragens sem eclusagem, amanhã vamos passar na barragem do Pocinho por dentro dela mesmo. Está marcada para as 13.45h a passagem.
A nossa jornada começara em Barca D'Alva e terminará algures onde se arranje estadia...Daqui em diante estamos entregue a nós mesmos...o Rui regressa a casa depois de 3 dias de muito trabalho, mas trabalho que fez perfeitamente bem! Estamos muito agradecidos e sem duvida que se isto está a correr bem é por teu mérito também!
Até amanhã!
aguenta "bracinho" :D
ResponderEliminarParabéns por esta vossa aventura, mas tenho um reparo a fazer, enquanto marinheiro já fora do activo, devo dizer que as distâncias realizadas sobre água são quantificadas em milhas e não em quilómetros! :)
ResponderEliminarNesta "etapa", 27 milhas a remar é obra! ;)
Abraço e boa continuação!