terça-feira, novembro 29, 2011

Comentários Douro Bike Race

Deixo-vos aqui alguns comentários que seleccionei das várias fontes disponíveis : Fórum BTT, Face Book e Email.  Já passaram uns meses, mas a chama continua intensa!  Obrigado a todos os envolvidos mais uma vez!


Publicado por ''Virgem'' no Fórum BTT

Parabéns à organização pela prova.
Sá fui no Sábado mas da minha parte não tenho nada a apontar. Marcações muito bem feitas, reabastecimentos nos locais indicados com comida e bebida em abundância, zonas de perigo assinaladas e com bombeiros, muito staff ao longo do percurso, controlo de passagem sem paragens, percurso fantástico com paisagens fantásticas.
Uma prova um nível acima!
A continuar por muitas mais edições. 

Publicado por ''Leugimoger'' no Fórum BTT

Grandes heróis das pedaladas,
O Douro Bike Race é um evento fantástico. O puro espírito do BTT e a beleza cénica das paisagens juntas numa aventura dura, cheia de adrenalina e um prazer doloroso que se transforma em euforia quando chega ao fim.
Este é o rescaldo da minha primeira participação, nos 90km da 2ª etapa. Podia contar-vos os pormenores do costume, das marcações, do secretariado, do single-tracks, mas, prefiro contar-vos que a experiência foi definitivamente uma das melhores da minha vida.
E o dia começou cedo, saí do Porto pelas 6h para estar bem cedo em Amarante, onde já não ia desde os tempos de infância numa das excursões da escola primária.
Manhã fresca, mergulhada no nevoeiro, prenúncio de um dia quente e solarengo.
Are you ready? Of course I am ready!!! Não penso noutra coisa desde o início do Verão, nas minhas saídas de bike para treinar as pernas e o corpo. Afinal, nunca tinha aceite o desafio de fazer 90 Km de uma só vez.
E valeu o esforço, elas, as pernas, suportaram a dureza do percurso, da longa, interminável, subida em que já nem vale a pena olhar para o que aí vem, apenas manter a concentração e a cadência dos pedais, um atrás do outro, nessa dança intima entre o nosso corpo e a bicicleta.
Lá em cima, no topo, a ausência do ruído da civilização, apenas o dos pneus a galgar os quilómetros, o vento a fazer girar as pás dos gigantes moinhos de vento.
O D.Quixote não teve uma vista assim tão grandiosa e imponente.
Esta é também a história fantástica de um cão, um rafeiro castanho claro, sem coleira, que sonhou um dia ser ciclista. Sem bicicleta, mas entusiasmado pelos homens e mulheres de equipamentos garridos, meteu-se ao caminho e acompanhou-nos, pelo menos até o perder de vista no 2º abastecimento onde todos ficamos estupefactos. O bicho bebeu água, alguém lhe tentou dar de comer alguma coisa, talvez um gel com cafeína, e ele partiu a toda a brida, seguindo os ciclistas que por esta altura já avistavam ao longe no horizonte o Monte Farinha e o Santuário da Sr.ª da Graça.
Subir é duro, mas tudo o que sobe, também tem que descer, e meus amigos, este DBR teve descidas fantásticas a exigir técnica, nervos de aço e bom senso para desmontar e levá-la pela mão sempre que necessário.
A travessia do rio refrescou os pés e as pernas e deixou ouvir que "isto agora só sobe mais um pouco e depois é sempre a direito pela extinta linha do comboio". E...foi.
Entrei na ciclovia com uma sensação de alívio. Agora, era continuar num ritmo certo e constante. Por esta altura, eu que já não me cruzava com nenhum ser humano ia para 20 km, e consegui ouvir os pensamentos daqueles com quem me cruzei, no seu passeio de sábado à tarde. Porque é que estes tipos fazem isto? A resposta, eu dava-a vezes sem conta, a cada quilómetro que passava. Eu faço-o para me sentir vivo.
Avistei ao fim de algum tempo um companheiro de jornada épica e emparelhamos, numa solidariedade que só os ciclistas compreendem e a que chamam "ir na roda", para finalizar este dia duríssimo.
Parabéns à organização, vê-se logo que só podia ser feito por pessoas que vibram com o BTT e têm uma experiência enorme nestes eventos além fronteiras. A minha homenagem aos homens e mulheres, que num arremedo de loucura, coragem e capacidade de sofrimento ímpar enfrentaram os 3 dias de provação épica. Para o ano, eu tentarei de novo, mas desta vez para vos fazer companhia em todo percurso do DBR 2012! 

Publicado por ''nmp'' no Fórum BTT

Boas pessoal,
Eu também fui um dos felizardos que teve a sorte de poder participar neste evento e apenas posso dizer que foi FANTÁSTICO! Trilhos do melhor, com subidas que não matam mas "enterram", descidas que por vezes obrigavam a ter muito sangue frio, enfim, houve de tudo... Até andar com a burra às costas para atrevessar o tamega!
No final, depois da dureza que enfrentamos, e nos perguntam porque fazemos isto, só me ocorre uma resposta... Porque sim!!! Porque é talvez uma das melhores sensações do mundo...
Pró ano contem comigo...
Cumprimentos e boas pedaladas...
 

Publicado por ''exepcaobtt'' no Fórum BTT

Rescaldo do DBR 2011 pelos eXCepçãoBTT:

"O desafio para a organização e para os participantes implicava igual estoicidade, 3 dias, 3 etapas, 3 montanhas. Se para uns a logística a montar era uma novidade ao nível do BTT em Portugal, para outros a novidade era gerir o corpo e a bike para percorrer quase 200km numa maravilhosa e dura esquizofrenia de trilhos e já apelidar a zona do Douro e Amarante mais especificamente como a pizza 4 estações do menu BTT..." 

Publicado por Christophe De Clercq no Face Book da DBR
Thanks for the excellent weekend guys/girls. Loved the race and will be back next year for sure!
Publicado por Filipe Santos no Face Book da DBR
Quero aqui dar os meus sinceros parabéns a toda a equipa que organizou o DOURO BIKE RACE 2011, em especial ao JOÃO MARINHO, pelo brilhante evento, embora, infelizmente, tenha acompanhado apenas à distância. Um exemplo a seguir!!! E que para o ano possa ser um dos participantes!!!
Publicado por Rafael Lutas no Face Book da DBR

PARABÉNS...
Proporcionaram ao a melhor experiência de BTT que já tive...!
obrigado
Sérgio Moreira  por email 

Boa noite João/Zé,

Queria ter envia este e-mail ontem, mas tive que compensar a "esposa" pela ausência dos 3dias ;)
Ainda assim vai a tempo :)
...dou-te (vos) os mais sinceros parabéns pelo evento...foi de longe o melhor em que participei. Não digo isto de forma irónica...mas de forma sincera!!....tenho alguma experiência em organização de eventos, por isso consigo calcular a grandeza do vosso trabalho, preocupações, ansiedades...enfim!!!!....sei que deve ter sido assunto que vos tirou mts noites o sono ;)
Orgulho-me de ter pedalado na DBR e recomendo a todos os que conheço e que não conheço. A vossa prova foi / é / Será um sucesso crescente.....do qual me irei orgulhar de participar SEMPRE!!!
Espero contribuir para a tua/vossa motivação e para que continuem a organizar....esta prova. Lembrem-se......"O dificil é o inicio...." 
Um abraço e "Love the ride"...é apenas o que importa :) 

Cláudio Nogueira  por email

Olá João.
Parabéns a toda a equipa pelo profissionalismo e bom gosto mostrados nesta prova.
O percurso era fantástico, pouco ou nada há a reparar. Um pouco duro, mas isso já se adivinhava e afinal foi por isso que lá fomos, pelo desafio.
Notava-se que a prova foi pensada por amantes e conhecedores deste tipo de provas. As minhas espectativas foram plenamente superadas.
As marcações foram quanto a mim exemplares para tantos Km de prova, o espaço da Casas do Rio perfeito para promover o convívio entre participantes, até os furos dos dorsais estavam no sítio certo ;-)
Em 2012 esperamos mais. Até um dia destes...

Markito por email

Olé campeão!

Muita coisa haveria a dizer sobre a prova épica do fim de semana passado...mas limito-me apenas a um simples Obrigado!
Gostei de fazer parte de um projecto desta natureza. Vocês merecem tudo de bom...

Obrigado amigos!


Francisco Machado por mensagem pessoal

Olá João! Antes de mais, devo dar-lhe os sinceros Parabéns, pois tenho acompanhado todos os passos do Douro Bike Race, e claro está da sua tamanha organização. Vocês são demais, o Luís Martins do BPI e do Trasmixoes falou-me há uns tempos (num empeno matinal), da vossa BOA organização, pois eu nunca duvidei do trabalho e disse sempre, eles são bons !
Parabéns João e Parabéns a todos aqueles que consigo trabalham e levam este evento por ai além. Este ano queria estar presente, aliás o Filipe Brito convidou-me para ir com ele, mas as férias.... :))
João fica o meu sincero abraço e os meus sinceros Parabéns, Douro Bike Race vai longe com pessoas como vocês ;)
Até para o ano espero eu marcar presença ;) Abraço

 

domingo, novembro 27, 2011

3H Resistência BTT de Mortágua


O grupo foi : João Marinho, Zé Silva, Luís Leite, Pedro Ribeiro, Artur Amor, Miguel Machado e a Anita e em Mortágua. A primeira vez que se reuniu, claro que só podia resultar em  diversão e momentos de puro divertimento seja antes, durante ou após a prova. Foram momentos que fizeram lembrar os primeiros regionais do Minho, pela forma como o grupo encarou a prova. Alguns mais preocupados outros nem tanto, mas todos estavam a divertir-se e isso é que é importante. No dia antes o obrigatório convivo ao jantar, a saída até ao bar da região (do amigo Rafa) e a dormida nas camaratas do Rancho Folclórico de Vale de Açores. 

 

O dia começou bastante frio pois o nevoeiro escondeu o sol. Assim que o sol apareceu por volta do meio dia, o calor (para a época) foi bastante agradável. O percurso com cerca de 7km estava bem marcado, limpo e com trilhos divertidos ao alcance de todos os participantes. A forma como encarei o evento foi tudo menos competitiva, estava ali para acompanhar a prova dos meus colegas e de certa forma poder contribuir para o resultado deles. O desviador traseiro resolver ceder ao fim 2h e tive que abandonar a prova, com muita pena minha! O Luís Leite subiu ao pódio na categoria de juniores alcançando o 2º lugar. O Pedro, o Miguel e Artur concluíram evoluindo um pouco mais a sua condição física.  O Zé e a Anita fizeram um excelente trabalho no apoio aos atletas em prova!


A organização proporcionou ao participantes um bom evento, claro que há um ou outro aspecto que tem que melhorar, mas todos os elementos que contribuíram para este evento estão de parabéns! Em nome da equipa Rocky Mountain Douro Bike Race, o nosso obrigado!


Love the Ride!

sexta-feira, novembro 25, 2011

Castro Marim - Porto

2006...um ano rico em aventuras, vejam apenas a lista na barra lateral do blog. Está é ultima que descrevo deste ano, mas foi na altura a primeira do ano, em Fevereiro. Está no sangue procurar aventuras e procurar o desconhecido. Na semana que antecedeu a primeira prova da Taça de Portugal de XCO em Castro Marim, durante um treino veio-me a cabeça de vir para do Algarve para o Porto a pedalar. Castro Marim é bem lá no cantinho país, a cerca de 700km do Porto. Pelas minhas costas demorávamos 4 dias a fazer o trajecto que seria decidido enquanto pedalávamos. Tínhamos apenas algumas paragens previstas em casa de amigos.


Coincidia com uma pequena pausa nas aulas da universidade, isto é, tínhamos mais ou menos uma semana para esta viagem. Falei logo com o Zé e claro que ele alinhou. Fizemos o nosso dever em pista, competimos e terminamos nos dez primeiros, mas a nossa cabeça estava era na viagem de regresso. Nesse ano o sueco Fredrik Kessiakoff veio espalhar a classe nos trilhos e venceu categoricamente a prova. Neste momento brilha nas grandes provas de ciclismo. Entre 2004 e 2007 representamos os Terríveis Clube Aventura, uma associação de Amarante onde demos os primeiros passos na competição.

Acabada que estava a prova, preocupam-nos em arranjar um local para dormir. Falamos com a organização e cederam-nos uma casa nova onde podemos cozinhar e descansar convenientemente. No primeiro dia o objectivo era ligar Castro Marim a Serpa, cidade onde tínhamos a família Garcia à espera. Claro que não podia ser recto, atravessamos a ponte sobre o Rio Guadiana e fizemos uma estrada paralela à fronteira com Portugal. Os campos começavam a ganhar cor, anunciando a chegada da Primavera. Com recurso a um mapa e algumas perguntas conseguimos entrar em Portugal atravessando novamente o Rio Guadiana a pedalar sobre o Rio. Não conseguimos chegar a Serpa, ficamos a alguns kms. Fomos resgatados pois era noite e o jantar estava na mesa...não tínhamos como contrariar, pois a nossa vontade era pedalar até Serpa, claro!







Com as baterias muito, mas mesmo muito bem carregadas num jantar e pequeno-almoço muito bem servido, deixamos Serpa em direcção...não sabíamos. As pernas iriam dizer. Passamos Beja, Ferreira do Alentejo, Torrão e depois fomos em direcção a Coruche. Anoiteceu, as rectas não acabavam e quando chegamos à cidade procuramos encontrar um local para dormir. Com a ajuda de um bombeiro, dormimos num escritório de uma associação. Confiram de tal maneira em nós que até dinheiro havia espalhado em cima da mesa.

Saindo do Coruche o objectivo era chegar à Coimbra a casa da nossa amiga de provas, Sónia Campos. Era uma distancia considerável, cerca de 200km, mas não havia que ter medo. Passamos Santarém, Torres Novas, Fátima, Leiria...aqui as forças do Zé estavam a começar a falhar. Perguntava-me ''ainda falta muito?'' Eu respondia que não, mas falando a verdade, não fazia ideia! Chegamos a Coimbra já exaustos e pensávamos que a casa da Sónia era logo ali, mas tivemos de pedalar mais quase duas horas até Barcouço, perto de Cantanhede. Tivemos alguma dificuldade em encontrar o caminho certo para sair de Coimbra e isso também fez atrasar, nada de grave...estávamos a ''curtir''.


Mais um jantar bem servido, uma família que era agora nossa amiga e um pequeno almoço com uma quantidade de croissant's de chocolate absurda. Recordo-me que até me ficou a doer a barriga! O ultimo dia era ligar Coimbra ao Porto, passando por Mealhada, Aveiro e Espinho. Estávamos tão entusiasmados que até nos esquecemos de comer...o resultado foi fraqueza de ambos. O nosso ritmo ia baixando com o passar dos kms até que chegou a um ponto que já quase não nos equilibrávamos em cima da bicicleta. Virei-me para o Zé e disse : ''vamos já aquela padaria, não dá mais!'' Comemos vários bolos de chocolate e fizemos os 10km restantes até chegar ao Porto!



E assim se fez mais uma aventura e podíamos retomar as aulas com outro espírito. Seguiu-se uma intensa época, com dezenas de provas por todo o país, muitos podiums, medalhas, e experiências únicas em Portugal e além fronteiras. Vejam a barra lateral em ''EPIC RIDING'' e ''EPIC RACING''. Apesar desta aventura ter sido ''curta'' teve um sabor bem especial por ter sido logo no inicio do ano e entre o 1º e 2º semestre da universidade. Soube a férias grandes!

Love the Ride!

quinta-feira, novembro 24, 2011

Made in Portugal

Cada vez mais devemos reflectir sobre as nossas compras, sobre os bens e serviços que compramos. Pessoalmente tenho a preocupação de verificar a proveniência dos produtos no supermercado, fruta por exemplo. Na hora de escolher a companhia aérea para voar, procuro sempre empresas nacionais e outras coisas que me é possivel fazer. Claro que há coisas que não podemos fugir e é inevitável recorrer à importação, mas aqui vos deixo três opções.


A Nexplore comercializa dois produtos e um serviço totalmente Português, sendo eles :

4&2 Impact - www.4and2impact.com

Marca que produz películas, auto-adesivas e pré-cortadas, transparentes, leves, resistentes aos raios UV e não amarelecem, de fácil aplicação podendo ser aplicadas em áreas pintadas ou não pintadas e extremamente duráveis. Contribuímos activamente para o desenvolvimento e melhoramento dos produtos, recorrendo à nossa experienca de vários anos! Uma marca que procura internacionalizar-se, encontrar novos mercados e parceiros além fronteiras.

SNV Light - www.snvlight.com 

 

A rigorosa maquinação de produtos CNC para outras industrias associadas à paixão pela bicicletas levaram à criação da SNV. Os produtos destacaram-se logo pela qualidade e durabilidade. Recorrendo a testes de longa duração através de atletas e outros utilizadores de bicicleta despertaram o interesse do mercado. A Nexplore associou-se à SNV para não só distribuir os produtos em Portugal, mas também a desenvolver e melhorar a gama existente. Actualmente a SNV comercializa : pratos, roldanas, barends, anilhas, tampas de direcção e apertos de espigão. Todos eles 100% maquinados por via CNC Em desenvolvimento estão muitos outros produtos que só saíram para o mercado depois de devidamente testados e comprovada a sua qualidade e durabilidade. 

Douro Bike Race  - www.dourobikerace.com
A Douro Bike Race (DBR) é a ''menina dos olhos'' da Nexplore. Na DBR conseguimos colocar toda a nossa experiencia de competição, passeios e outros eventos em pratica. Conseguimos trazer à nossa terra natal amigos espalhados pelo país e pelo mundo, para percorrer os trilhos nas serras do Marão, Alvão e Aboboreira. Trilhos que são o nosso parque de diversões há muitos anos. A DBR nasceu em 2009, em 2010 teve um dia, em 2011 3 dias e em 2012 terá 4 dias. O evento é transformado em realidade com a ajuda de dezenas e dezenas de amigos que abraçam e acreditam o projecto DBR.

  

E já sabem, o que é nacional é bom!

Nexplore - www.nexplore.pt e no Facebook

quarta-feira, novembro 23, 2011

O meu Troia - Sagres....e Sagres - Porto

O ano 2006 foi um dos anos mais intensos da minha vida! Tinha acabado de me formar em Eng. Electrotécnica, tinha terminado em 3º no Campeonato Nacional de XCO, 3º Campeonato Nacional de XCM, Taça de Portugal de XCO, XCM, participei na Ruta de los Conquistadores e tinha viajado pela Europa com o Zé Silva durante 1 mês a pedalar (Eurotrip). Estávamos em Dezembro e li um artigo sobre o Tróia - Sagres (TS) e pensei...porque não? Mas não podia ser com o tempero ''tradicional'', tinha que acrescentar sal e pimenta! 


Saí do Porto de comboio em direcção a Setúbal, com a bicicleta, o atrelado e monte de ideias na minha cabeça. Nada programado como é óbvio e por isso estava disponível para tudo. Cheguei ao ferry a Tróia tarde, por volta das 23h, já a pedalar no ''veiculo longo''. Aí conheci o Nuno Neves, trocamos os palavras e verificamos que tínhamos vários amigos em comum. Ele também ia fazer o TS, mas prestando apoio à equipa de Loulé pois estava a recuperar de uma queda numa prova de triatlo. A minha ideia seria montar a tenda já em Troia, mas foi oferecida uma cama no hotel onde o grupo de Loulé estava, claro que aceitei.


O que é o Troia Sagres? 

Liga a península de Tróia, a Sagres, o ponto mais ocidental do velho continente, a Europa. O percurso atravessa é feito junto à costa ao longo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, por pequenas lugares tão belos como Porto Covo, Odeceixe, Aljezur, Vila do Bispo até Sagres.


O Tróia-Sagres não é uma Organização da Ciclonatur, nem é uma organização sequer. É tão somente o resultado de um convite que faço aos meus amigos para virem comigo fazer esta ligação por estrada de BTT e ajudarem-me a levar por diante esta minha obstinação anual.
São 202 Kms medidos com um GPS.A bicicleta a utilizar é uma BTT, de 1 ou mais lugares, caracterizada como tal por apresentar: guiador de BTT e apoios no quadro para cantilevers ou travão de disco. Tudo o restante é da livre escolha de cada um. Mais no site da Ciclonatur

Comecei com o grupo de Loulé, mas rapidamente percebi que era ''muita areia para o meu camião''. Fui encontrando outros amigos pelo caminho, até que veio o grupo de Serpa dos amigos Nelson Garcia, Pedro Padinha e Luís Silva ''Ludos'' do Fórum BTT entre outros.  Daqui em diante a diversão foi garantida .


Fizemos alguns ''desvios'' e paragens pelo caminho, visitamos a Praia de Odeceixe, Vila Nova de Mil Fontes, Odemira..entre outros. Cheguei a Sagres já de noite, num grupo que se não era o ultimo andou perto. Tinha os amigos de Loulé, Valério Ferreira, Celina Carpinteiro, Hélio Ramos, entre outros à espera para seguir com eles para o jantar nesta cidade.


Umas horas de descanso em casa do Nuno Neves e estava na hora de iniciar o caminho de regresso ao Porto, mas a pedalar. Saí de Loulé a caminho dos amigos de Serpa, passando por Castro Verde, Mértola, Minas de S. Domingos. Em Serpa fiquei um dia para por lá pedalar com o Ludos e com o Nelson. Assim conheci as margens do Guadiana e o Pulo do Lobo. As planícies alentejanas já estavam floridas, criando um cenário deslumbrante.


Saí de Serpa com destino a Loures, seriam 230km por estradas alentejanas e pela confusão de Lisboa...cruzei Beja, Ferreira do Alentejo, Grândola,  Alcácer do Sal, Pinhal Novo e Montijo. A alimentação era a possivel, não perdia muito tempo com isso! Quando cheguei ao ferry para passar o rio Tejo era tarde, cerca de 22h. Pensei que de Lisboa a Loures fosse perto, mas demorou bem mais que o previsto. Quando cheguei a casa do amigo David Raquel estava morto e já passava da meia-noite!

No dia seguinte o David acompanhou-me até Lisboa novamente, pois a minha ideia era fazer a costa, passando por Cascais, Costa da Caparica, Cabo da Roca e Ericeira. Neste dia fiz apenas 80km, devido ao cansaço do dia anterior e devidos a andar perdido nas estradas junto ao mar. Andei às voltas e cheguei a passar 3 vezes pelo mesmo sitio!. Montei a tenda junto ao oceano em Ericeira, estava um frio desgraçado e tive de dormir vestido com toda a roupa que tinha e com o fogareiro ligado!


Depois de um dia com pedal a menos, tive de recuperar. O plano era ligar Ericeira a Coimbra, começando por ir junto ao mar. Segui para Peniche, S. Martinho do Porto, Óbidos até Nazaré. Aqui comecei a desviar para o interior em direcção a Coimbra. Em Leiria, a cerca de 80km do destino final, o corpo dava sinais de exaustão. Não tinha comida nem água, era de noite e estava bastante frio. Aqui entrei na Estrada Nacional 1, umas das estradas com mais movimento do país e não tinha qualquer tipo de iluminação na bicicleta. Os camiões passavam por mim, e aquela massa de ar fazia tremer até o coração. Quando buzinavam ao meu lado, regelava! Lembro-me de ter parado na valeta e ter ouvido um riacho a correr, pensei duas vezes se bebia ou não. Estava a chegar ao limite. Felizmente cheguei a Coimbra onde o Zé e Sónia me receberam com muita comida de bebida. Estava a salvo!
 

O ultimo dia seria para ligar Coimbra ao Porto, indo também o mais possivel junto ao oceano. O Zé a Sónia acompanharam-me nos primeiros kms até Oliveira do Bairro. Os últimos kms foram feitos pensando em toda a aventura que me tinha metido enquanto as ondas rebentavam ao meu lado. Passei por Aveiro, Espinho e terminei no Porto ao final do dia...pouco tempo antes do Natal. Estava em casa!


Love the Ride!